sábado, 7 de fevereiro de 2009

In Hoc Signo Vinces

Essa noite postarei um texto de Walnice Nogueira Galvão que li na revista PIAUÍ - edição 24. Bom, eu não tenho palavras para caracterizá-lo. Tirem suas próprias conclusões!

In Hoc Signo Vinces

Em Verona, por obra de Cupido fulminífero, Julieta e Romeu se apaixonaram, conquanto de clãs em feudo. Como se viu, o solo do feudo, que se dizia sáfaro, era pingue.

Capuletos e Montecchios, senhores de baraço e culeto de seus rebentos, ameaçaram potro e polé, com tonitruância. Debalde. Por isso, uma entente cordiale enterreiou o caso e extraiu o ucasse: ordálio para avaliar o casal de sabaretes. O colendo cabido, de borla e capelo sobre bombazina e cheviote, começou pela dulcinéia, desferindo-lhe uma questão:

- Qual a diferença entre epistemologia e ontologia, tal como postulada pela escola fenomenológica?

A dulcarama respondeu, e bem. A nova questão, que tentou acapachar o suposto acapadoçado, coube ao pelintra:

- Serão acrofobia e oclofobia opostos, ou, ao contrário, podem tornar abilolado o mesmo degas com mania de ambulatória?

Não contente de responder corretamente, Romeu ainda os profligou, em objurgatória bem temperada:

- Refuto a contumélia: cediça e epicena é tal questão, para não dizer esdrúxula e periclitante. Vossas munificências querem é procrastinar! Quanta androlatria feudal!

Nisso, uma maçaroca cujo esturro em prolação desencarquilhava as aurifulgentes comas passou aos boléus no varote.)

O capido tentou tergiversar, acusando Romeu de tosquenejar. Romeu obtemperou que por fás ou por nefas não se calaria. A protonotária, que executava uma varsoviana anapéstica, deu-lhe uma razão. O anspeçada batavo adrede auscultou a beletriz. O vassalo protestou: “Bofé! Isso é vavavá, quando não vuvu!” Esclareça-se que ele não era titibitate.

Observação vatídica: o fuzuê virou forrobodó. E foi a nota babélica: todos confundiam lumbago com quiasmo, zeugma com hemoptise, suarabácti com anaptixe. Que cizânia entre os doges de Verona! Que facúndia! Que salacidade! Quão pantafaçudos!

A essa altura, Romeu estava atacado de satiríase e Julieta tinha-se tornado vulgívaga. Convolando-se na calada da noite, decidiram fugir no vaticano com toda palamenta, ucha onusta inclusive, soando o vatapu, em demando de um tugúrio. E anatematizaram: “É tudo uma choldra!” Alvinitente, a lua dealbava. Ante o casal, prosternavam-se as passariúvas. Uma cáfila desfilava, enquanto algo invisível barria nas matas ciliares, sobre os rípios.

Bem o fizeram. Hodiernamente, pode-se dizer que nada tisnou o contubérnio de Romeu e Julieta, para sempre. Até coube-lhes uma conezia, devidamente subenfiteuticada, concedida como prebenda pelos Capuletos e Montecchios.

(Entretanto, lá atrás um parlapatão regougava: “Eu pertenço ao partido que tem por partido tirar partido de todos os partidos!”)

Um comentário:

  1. Êita!!Atualiza este blog!

    Passa lá no meu, ta rolando um debate.

    http://blogs.abril.com.br/propagando

    bjux

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